A ROSA

eu!

Sou uma descoberta a cada dia,

Onde a generosidade

Já fez limite com o egoísmo.

Onde a justiça esteve totalmente

Exposta a desonestidade do pecado

Nada evitado.

Onde a gentileza foi visitada

Sem pedido de licença

Pela grosseria...

Aquele momento de amor pleno

Esbarrou no descaso...

Sou eu quem limita com o meu eu.

E assim sou, transparente,

Sem compromisso com a dissimulação.

Eu sou...

[Marilda Amaral]

Paulo Coelho.

Todo guerreiro já ficou com medo de entrar em combate.

Todo guerreiro já perdeu a fé no futuro.

Todo guerreiro já trilhou um caminho que não era dele.

Todo guerreiro já sofreu por bobagens.

Todo guerreiro já achou que não era guerreiro.

Todo guerreiro já falhou em suas obrigações.

Todo guerreiro já disse "SIM" quando queria dizer "NÃO".

Todo guerreiro já feriu alguém que amava.

Por isso é um guerreiro; porque passou por estes desafios, e não perdeu a esperança de ser melhor do que era.

Paulo Coelho

procure conhecer antes de julgar

Quem sou eu

Quem sou eu?

A alegria de quem me ama...

A tristeza de quem me odeia...

E a preocupação de quem me inveja!

Eu Sou paz e sou odisséia.

Sou brisa e temporal.

Sou lady e sou plebéia

Diferente e sempre igual.

Busco na paz, a luz dos anjos.

Na disputa, a força da luta.

Suave é o sorriso do arcanjo.

Indomável é minha disputa.

Vivi qual dama impoluta

Que arriscou a vida com garra

Tirou dos dias, as lutas.

Das noites as doces fanfarras.

Entre o pequeno e o grande há a sabedoria do valor de ambos.

Sou guerreira, porque todos os dias venço o mais audaz adversário,

EU, mas isso me torna melhor, pois lapido um espírito em busca de perfeição...

quem me ama, espere de mim toda a intensidade deste querer...

Mas quem me odéia, só lamento, não tenho tempo a perder.

com respeito acima de tudo Marilda Amaral

Rosas vermelhas encilham crinas castanhas...
Como andaluz em fúria,
a mulher subjuga a luxúria masculina
com a inteligência ,
que guarda nesta linda caixa nunca dada a Pandora!!!
A cabeça feminina.
[Marilda Amaral]

Tempo segura o tempo...
Tempo que tempo faz ?
Tempo me dê um tempo,
Para meu tempo chegar.
(marilda Amaral)

minh'alma

Tenho minha alma presa as mão fortes do meu anjo,
minhas mãos têm o brilho da estrela da tua amizade...
Meu pensamento tem a lembrança da tua presença.
[Marilda Amaral]

brinde

Num brindar mudo de sensuais taças

Está aprisionado meu coração barulhento,

Que entre batidas firmes cadencia o amor

Que por ti nutre,

Oh.... Querido meu,

Que de tão longe meu amor despe,

Que tão perto meu ciúme padece,

Que de tão real você esquece!

Mas enfim....

você é meu?

[Marilda Amaral]

1975...

Entre um dia e outro de tantos anos avessos
Passamos por entre certos tropeços,
Perdemos-nos em certas idas,
Mas mantive da nossa vida o leme...
Oh... Amor quente de tardes mornas,
Ciúme frio de noites gélidas,
São tantos os anos, que contigo vivo,
Que em cada um dos trinta e cinco,
Sinto a intensificação , para os próximos trinta
Com a superação de nossas fraquezas
E a grandeza de nossa querência.
Como é cálida a carícia finda,
Quando de tão intensa
Faz-se infinda.
[Marilda Amaral]

Impostor.

Impostor do meu carinho,

Vieste aqui

Fazer teu ninho

Tentando me burlar,

Fingindo que não vias

O quanto te queria

E a palavra certa que é amar...

Perdi-me em desalinho

Buscando teu carinho

E o prazer que é falar

Do tanto que te quero,

Do desvelo que venero,

Do poder de ti gostar.

Você segue sua trilha,

Fingindo em cada milha

Outro amor vir despertar.

Cansei de teus embustes,

Embora ainda busques

Algo para te alegrar,

Alimentar tua demência

Acreditando com veemência

Que jamais vou despertar.

Enganas-te vil criatura,

Embora ainda dure o meu pleno venerar,

Virei as minhas costas

Esqueci tuas premidas,

Acredite que já são findas

A vontade de contigo ficar.

[Marilda Amaral]

IMIGRANTE....

Que prepotência a tua albatroz

Sem rumo...

Carregado pelos ventos alísios

Precipita-te sobre os rochedos...

Aguardei-te muito tempo

A beira do penhasco

Só para deslumbrar teu vôo gostoso

Teu planar formoso.

Mas depois cansei de esperar

Ignorei a lei da imigração,

Mas numa ultima tentativa,

Só para ver se te via chegar

Olhei para traz...

Que pena vi um pássaro sem rumo

Que de bobo perdeu o prumo,

E esqueceu da palavra amar.

[Marilda Amaral]

Eu...

Mil portas...

Em tantas portas bati

No decorrer do meu viver

Em nenhuma eu menti

Expondo o meu sofrer.

A caminhada deu em ti

Minha porta do padecer,

Não nego que sofri

Agora só resta morrer,

MAS EM CONTRA PARTIDA QUERO MAIS É VIVER

[Marilda Amaral]

HOJE

Hoje minha vaidade cresceu de posto, não me preocupo tanto com os anos que se passaram, nem com o peso extra ganho(na verdade vários quilos) , pois não preciso disputar um peito mais lindo nem uma forma exuberante,”porque EU sou exuberante.” Hoje encho mais o coração do próximo do que seus olhos...Ah....que vida maravilhosamente rica eu tive,e tenho, cheia de lutas, limitações vencidas,metamorfose constante. Ontem eu me achava borboleta, que bobagem... Era uma simples lagarta. Hoje sim sou uma borboleta em pleno vôo, sabe , aquelas enormes coloridas, incapazes de passar desapercebidas. Perguntei-me por muito tempo porque uma descoberta tão tardia de si própria, hoje sei a resposta...amo ao DEUS que mora dentro do meu próximo e faço tudo que está a meu alcance para que glorifique a SUA Unidade , prestando o mandamento maior que é imposto na sua lei “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS”...Então, hoje estou amando cada vez que dou tudo de mim pelo próximo engrandeço a obra maior do meu DEUS...

VAIDADE...tenho(de ser tão pequena aos olhos dos homens e tão importante aos olhos de DEUS)

CORAGEM...muita(não temo me desnudar a alma de forma humana, e mostrar que nunca se é tão pouco que não se possa dar, nem tanto que não precise receber)

SABEDORIA...um pouquinho em doses homeopáticas (porque todos os dias aprendo novas facetas da vida)

SENSUALIDADE...conservo (quando alargo o sorriso, mediante o perigo...quando mostro que entre dois seios bate um coração cheio de amor fraterno e comprometidamente descompromissado )

GUERREIRA....ATÉ MORRER(porque em cada luta ganha a glória a experiência obtida, em cada derrota a certeza de que devo dar a recuada estratégica e investir com carga máxima rumo ao ALTO E EM FRENTE...

ESTA É MARILDA UMA SIMPLES SERVA DE DEUS A DISPOSIÇÃO DO MEU PRÓXIMO...

ALELUIA...

Aleluia!

Cai a pedra fausta

Na terra fria,

Renasce em glória

O Cordeiro Santo.

Dá-nos vida

Na verdade eleita

De ter Consigo

A verdade feita!

[Marilda Amaral]

SEXTA-FEIRA DA NOSSA SALVAÇÃO...

Sexta-feira da nossa salvação.

Hoje dia bendito onde brindamos

Todos os nossos medos,

No holocausto santo purifico

Minha vida...

Oh... Senhor de meus socorros

Mestre de meus caminhos

Certeza dos meus bons dias

Em ti buscarei eterno refúgio

E plena certeza.

[Marilda Amaral]

Creia sempre em Jesus, pois Ele é a única certeza que temos de chegar ao Pai!

DE VOLTA....

Sou eu que chego tão sem cerimônia

Desfazendo as malas da viajem tão longa,

Que fiz ao fundo do teu coração.

Quanta mágoa encontrei,

Esbarrei no alagado da indiferença

Quase me afoguei tentando a travessia.

Oh... Amor meu matei minha sede,

Na cacimba rasa do amor pouco.

Vi que sou apenas visitante indiscreta

De lugar tão lindo, tão cheio de poesia,

Local de posseira documentada, de alma pura,

Mas vi que também sou dona de poderoso dom,

O dom da sapiência que adquiri no longo dos meus dias.

Oh... Quão poderosa é minha vontade,

Que desfaz facilmente todo o peso da idade

E me torna a mulher farta de amores

De terras longe, bem longe das tuas.

[Marilda Amaral]

RESISTA...

Resista ...

Sorria muito, seja feliz, dance na chuva...

Ou então olhe através da janela,

Tente contar as gotas de chuva que caem.

Faça alguma coisa bem louca, mas tente

Olhar o desconhecido de uma forma incomum.

Veja valores onde eles não estão,

Certamente encontraras alegrias inesperadas,

Amores perdidos em cantos escuros da vida...

A loucura do homem reside na consciência centrada

Na realidade.

É nos sonhos que residem às belas realizações.

É entre as sombras e os vultos da incerteza,

Que residem os mais secretos desejos.

Se a dor causa desengano, seu ungüento...

É o sorriso mesmo que forçado,

Force a alegria ela é um hímen

Que depois de rompido nos possibilita,

A certeza de realizar na realidade,

Todas as loucuras almejadas

Nos mais secretos sonhos.

A loucura é apenas uma forma verdadeira,

De ser mais do que um homem...

Ser humano,

E humanizar o ser mecânico que o homem

De agora, teima em se transformar.

Por que olhar para fora

Se é dentro de si

Que mora a verdadeira paz.

Marilda Amaral

AMIGOS VERDADEIROS...

São dançarinos que bailam nos salões alegres da vida,

Têm nome de perfume, de sentimentos e pedras preciosas...

São regatos mansos, que atravessam florestas,

Muitas vezes quase fechadas.

Mas eles têm um quê de aventureiros,

Pois são os únicos que escolhemos

E para quem somos os únicos escolhidos.

Isso lhes dá a liberdade plena de ir e vir...

E nos ensinam que o amor e a amizade, vivem na mesma casa decimal e que não importam as vírgulas o valor é imutável.

Desejaria semeá-los como grãos de mostarda em terra fértil, mas depende da fome das aves de rapina e da aridez inóspita que às vezes os enganos nos levam.

Os amigos verdadeiros não tentam jamais te moldar, eles te aceitam de forma natural...

Amigos são na verdade seres etéreos, que em uma existência, te facilitam a trajetória através da atenção e do carinho a ti dispensados.

[marilda amaral]

ASSIM MESMO!

Do tempo tudo fica

Inclusive boas lições

A começar

Pela verdade

De se ter opinião.

Sou de todas as conversas

A que mais gostei

De travar

Seja comigo ou com a vida

O que importa

É acreditar

Que de tudo algo fica

Para se aproveitar

Sejam versos mal traçados

Ou um belo versejar.

Quer saber de uma coisa

Eu agora vou falar

Só não guardo a tristeza

De você não me amar.

Porque sei o quanto custa

De uma guerreira gostar

Ou se chega à vitória

Ou o pleno fracassar.

[Marilda Amaral]

SONHOS,,,

Meus versos eu guardei

Amarrados em cetim

Seguros pelo livro

Que você escreveu para mim.

Meus versos te encontraram

Entre as folhas cor carmim,

Do teu livro bem escrito

Que falava bem de mim.

Meus versos se apaixonaram

Pelos versos escritos assim:

Eu amo a minha Marilda

Guerreira até o fim...

(Marilda Amaral)

PECADOS...

Mancha minha corola de pureza,

O rubro colorido da verdade...

Cinge-me de vergonha a realidade

Antes que falso sentir de tua frieza,

Caracterize a fúria da sinceridade

Desta sutil intimidade!

[Marilda Amaral]

PENSE...PENSE...

Uma historia para fazer pensar

Era uma vez uma bela ilha, onde moravam os seguintes Sentimentos: a ALEGRIA, a TRISTEZA, a VAIDADE, a SABEDORIA e o AMOR, entre outros...Um certo dia, alguém avisou os habitantes dessa ilha, que ela iria afundar.

Apavorado, o AMOR tentou fazer com que todos os moradores se salvassem, e então disse:-Fujam todos, que a ilha vai afundar e vai desaparecer!!!Todos correram para os seus barcos, partiram para outra ilha, lá bem no alto onde tivessem a salvo.

O AMOR não se apressou a fugir, porque queria ficar mais um pouco com a sua querida ilha. Mas, quando reparou, ela estava quase a afundando e com medo que ele também afundasse com a ilha, começou a pedir ajuda aos outros habitantes que fugiam nos seus barquinhos...Nessa altura, estava passando a Sra. RIQUEZA que disse:

- Desculpa AMOR, mas não posso te levar. O meu barco está cheio de ouro e prata e tu já não cabes aqui.

Passou então a VAIDADE que disse:

- AMOR, não posso te levar porque vais sujar o meu barco.

Logo atrás vinha a TRISTEZA e disse:

- Oh AMOR, estou tão triste, que prefiro ir sozinha...

Passou então a ALEGRIA, mas estava tão alegre que nem ouviu o AMOR chamar por ela.

Já desesperado e achando que iria ficar ali só para sempre, o AMOR começou a chorar.Foi então que passou um barquinho onde estava um velhinho que disse:

- Anda, sobe AMOR que eu te levo!

O AMOR ficou radiante, feliz que até esqueceu de perguntar o nome ao Velhinho que o havia salvo.

Até que, já a salvo em outra ilha, o AMOR perguntou á SABEDORIA quem era o tal Velhinho.

A SABEDORIA respondeu:

- Aquele Velhinho era o TEMPO!

-Mas porque será que só o TEMPO me ajudou e salvou, perguntou o AMOR.

Porque só TEMPO é capaz de entender um grande AMOR !!!...Respondeu a sabedoria

entre...?!

Você bate à porta tão sem cerimônia,
Eu a abro tão sem medo.
Vejo-te cibernético,
De forma futurista.
Teu olhar se desvia do meu,
Ah...meu menino eu me desvio de você..
Deixo que guerreiros me alcancem,
Mas embalo junto ao coração,
O menino que não é meu....
Minha criança crescida,
De olhar tão distante...
De vida tão errante.
Eu me fixo no arsenal do tempo...
Que guarda mil armas,
Eu com mil estratégias,
Você galardão de uma vida ,
Em forma de amizade sincera.
[Marilda Amaral]

COMUNICADO

Eu poderia evocar aos Deuses nórdicos,
As divindades gregas,
Aos poderes da Roma antiga,
Aos fetiches medievais,
Mas nada é mais forte que a intensidade do meu amor.

Espero que teu dia flua com a força da decência
E o triunfo da vitória...
Sua AMADA torce por você.Bjos em seu coração...
Olhe para o firmamento o sol que te aquece
É o mesmo que beija minha boca ...
Então alegre-se
Estamos sendo tocado pelo mesmo astro rei...
Fonte de vida e do amor.

[marilda amaral]

REFLEXÃO

Deus traça nossas vidas e nós escrevemos nossa história....
Depende muito a maneira,
Pois deve ser escrita,
Com a caneta da decência
E a tinta da retidão, mas sempre no papel da verdade.
[marilda amaral]

A pequena gigante...

A nuvem e o fazendeiro

Era uma vez uma pequena nuvenzinha, que se deslocava pela imensidão do céu. Sua tática de navegação era deveras interessante, pois geralmente ao invés de deixar-se guiar pelo seu irmão mais velho, o vento, ela era direcionada pelo Astro Rei, pois ele a fascinava e constantemente usava a pequenina como sua caminha particular. Isso não deixava Pluminha...AH! desculpe esqueci de falar, esse era o nome da nuvenzinha , como eu ia dizendo isso não deixava Pluminha nem um pouquinho aborrecida, pois ela também desfrutava do calorzinho gostoso do Astro Rei. Certo dia o Astro Rei veio até a Pluminha e carinhosamente lhe falou:
-Minha boa Pluminha será, que eu poderia tirar uma soneca, deitado na sua maciez perfumada?
-Claro meu bom Rei, pode sim e ainda mais, vou velar seu sono com muito carinho.
E Sua Majestade, se deitou preguiçosamente na maciez de Pluminha.
Já se fazia bem tarde era quase tardinha, quando o Astro Rei acordou assustado com uma gritaria muito grande, já estava quase na hora dele se recolher. Um velho fazendeiro gritava muito alto, xingando a pobre nuvenzinha:
- Oh... sua nuvem chata, sai daí da frente do Sol, esse era o nome de Sua Majestade, pois já é quase noite e você não saiu da frente dele...
e eu quero secar o meu feno, para a bicharada . Mas que nuvem chata essa, pequena mas sabe como empatar o tempo dos outros.
Sua Majestade ficou muito aborrecido com tamanha crueldade com sua amiguinha, que tanto bem lhe fazia.
Mais esse arrogante não perde por esperar, ele pensa que pode ir assim, de qualquer maneira ferindo os outros sem piedade nenhuma, principalmente a minha pluminha!
E sua rainha ia chegando toda lânguida, brilhante, bela mesmo e perguntou de longe:
- meu amor porque toda essa zanga?
E o Astro Rei contou o acontecido para a sua amada Lua, que também era muito amiga de Pluminha.
E a Rainha Lua respondeu:
Deixa meu amor, eu vou deixar uma surpresa para esse presunçoso .
O Sol perguntou quase desaparecendo no horizonte:
-o que você vai fazer amor?
E a Lua respondeu:
-Querido, amanhã você verá...
E a noite se fez alta e a lua convocou seu súdito leal, o sr.Orvalho, que imediatamente acudiu ao chamado da sua rainha:
-As ordens Majestade o que a senhora quer de mim?
-Meu bom Orvalho, você conhece nossa pequena Pluminha, não é?
-Sim, sim Majestade.
_Pois bem eu quero que você mande todas as gotas de Orvalho possível para engrossarem as fileiras de ataque desta menina, pois se ela é pequenina hoje, será bem forte amanhã e porá respeito neste fazendeiro mal agradecido.
E prontamente , pois Pluminha era querida também pelo sr. Orvalho. Ela ficou meio confusa, pois era pequenina há tanto tempo, que desconhecia o poder de uma nuvem grande, carregada, poderosa.
E a noite se fez dia e o Astro Rei, quando despontou no carro do tempo na ponta do horizonte levou um susto, pois no lugar da nuvenzinha estava uma robusta e poderosa guerreira do céu, assim eram conhecidas as nuvens que acompanhavam as grandes tempestades.
E a Lua deixou um recado com a estrela Dalva que era uma espécie de cupido dos dois . A estrela respeitosamente disse ao rei.
_Senhor, a sua rainha deixou dito que a vingança será por conta de Pluminha, ela é que deve impor seu castigo ao fazendeiro e disponibilizou inclusive, o vento, o raio, o trovão e o granizo para ficarem sob as ordens de Pluminha.
O sol se admirou da criatividade quase macabra da sua amada, mas não ousou contrariar tal veredicto.
O Sol chamou Pluminha, que apesar de muito grande mantinha um ar pacífico ...
-Me chamou Majestade?
-Sim. Pluminha aqui está seu exército, vá lá e dê uma lição bem severa naquele mal criado do fazendeiro, não poupe esforços.
Pluminha, mandou que seus subordinados se mantivessem com armas baixas e começou soltar aos poucos uma chuvinha serena miúda e constante, que eclodia todas as sementes do fazendeiro.
Essa atitude assustou a todos .
-Pluminha, mas dessa forma você não está dando uma lição, está dando um prêmio a este fazendeiro.
_Majestade, se eu destruir o fazendeiro, quem vai lhe acordar ao entardecer? Ele é o nosso despertador e é justo que tenha seu pagamento, mas foi bom eu ter crescido, pois se o senhor me permite às vezes fico um pouco cansada, pois o senhor é muito GRANDE.
-Está bem minha menina ,você como sempre está sempre com a razão e eu quero te dar um presente por essa bondade toda.
Pra mim Majestade? Mas não precisa... toda essa preocupação comigo, já foi um presente.
-Menina vou te colorir com meus raios do bem e você será toda rosada, tua beleza vai anunciar uma noite calma e um amanhecer ensolarado.
E ASSIM FOI FEITO PLUMINHA HOJE SE CHAMA PLUMA ROSADA
Epílogo:
No outro dia o fazendeiro vendo que sua plantação estava toda brotadinha,pulou de alegria e como sempre barulhento, gritou:
-Obrigada nuvenzinha, agora eu sei porque você cobriu o Sol o dia inteiro, era para a terra não se resfriar quando caísse a chuva.
Pluma Rosada olhou para o sol e falou:
-Viu Majestade, ele não é tão mau...
[Marilda Amaral]

REFLEXÃOES

O ser humano negligencia a sua capacidade de pensar e faz disso uma maneira de fuga das suas responsabilidades mais prementes. Olhando para si próprio poderia amenizar o sofrimento alheio, pois com a capacidade autocrítica que tem poderia sem dúvida calçar os sapatos alheios e diferenciar o bem do mau... Ah!!! Pobre homem que de suas experiências muito pouco tira, pois pós choque esquece toda a dor que sofreu e a lição que tirou.
Seria tão enriquecedor se visse em cada experiência uma maneira mais humana de refazer a vida de maneira, que os erros fossem lições e não provas cabíveis da incompetência e os acertos vitórias enriquecedoras de um bem viver. Ah!!! Pobre homem que se perde entre o orgulho, prepotência da raça; e a maldade, marca registrada, de sua fragilidade.
Aquele que vem dos porões da vida, sobem as escadas de maneira mais cuidadosa, pois sabem que os degraus podem estar enfraquecidos devido uma construção um tanto falha de construtores nada gestores, pois na rapidez de suas construções frágeis eles edificam de forma relapsa os degraus rumo ao sótão. Dependendo da forma como se sobe, você poderá se destacar, pela perícia de vencer obstáculos ou causar um acidente lamentável a si e aos outros que ainda se mantém no andar do porão. Homem de fé e grandeza de alma ensine ao próximo a maneira mais certa de ser mais do que um simples ser pensante e ser um ser enriquecido pela forma benigna de pensar.
Homem justo morador perpétuo dos porões da vida, que aprendeu a trafegar entre o porão ao sótão sem se macular pelos salões luxuosos em que passa. Ele ama a fragilidade explícita, pois ela ensina sem as marcas do orgulho, sem os grilhões da prepotência. Mas creia meu justo Cervantes, você terá que trocar golpes mortais com os monstros, moinhos ferozes , que acondicionam toda uma existência baseada em erros, tidos como acertos plenos de uma raça, pobre de espírito e de grandeza mal formada.
Oh ...Homem critico que da coragem faz seu escudo, que com a nudez veemente da verdade enfrenta sem medo os salões luxuosos, entre bacanais e depreciados modos do homemde poder, que subestima a justiça mais verdadeira e perene...A JUSTIÇA DIVINA...poder maior do sábio morador dos porões da vida.
[Marilda Amaral]

O homem bom!

O grande homem é silenciosamente bom...

É genial - mas não exibe gênio ...

É poderoso - mas não ostenta poder ...

Socorre a todos - sem precipitação ...

É puro - mas não vocifera contra os impuros ...

Adora o que é sagrado - mas sem fanatismo ...

Carrega fardos pesados - com leveza e sem gemido ...

Domina - mas sem insolência ...

É humilde - mas sem servilismo ...

Fala a grandes distâncias - mas sem gritar ...

Ama - sem se oferecer ...

Faz bem a todos - antes que se perceba ...

Rasga caminhos novos - sem esmagar ninguém ...

Abre largos espaços - sem arrombar portas ...

Entra no coração humano - sem saber como ...É como o Sol - assaz poderoso para sustentar um sistema planetário e,assaz delicado para beijar uma pétala de flor ...

Assim é, e assim age o homem verdadeiramente grande - porque é instrumento nas mãos de Deus.

Assim é vc.

Laura 1.

Laura 1.

Era outono de 1971. O dia estava com uma cor que sugeria a fleuma que a estação deixa, com aquela cor dourada das folhas dos plátanos caídas aos borbotões devido o ventinho frio que corria do mar. Os olhos de Laura perdiam-se no horizonte através da janela da cozinha que dava para o quintal. Bem ao fundo do quintal tinha um pé de louro e um pé de plátano que Laura gostava muito. O louro pelo perfume que ele exalava nos dias de vento, e o plátano pela facilidade com , que ele se despia no outono e com que graça fazia isso deixando um tapete dourado no chão que estalava tão gostoso com os passos de Laura sobre ele. Laura nesta época estava exatamente com 18 anos, uma bela idade, para uma bela jovem, porém muito solitária , por opção, muito mais do que por falta de companhia, pois apesar de muito alegre era dada a solidão, era muito romântica, gostava muito de escrever, isso lhe dava muito alento.

Seu passa tempo preferido sempre foi o mar, nunca entendi o fascínio que ele exercia sobre ela, talvez porque ela se parecesse com ele misteriosa, profunda, calada e ruidosa ao mesmo tempo. Calada em tudo quem se referisse a sua maneira de ver a vida, ruidosa quando se opunham a qualquer de suas idéias, principalmente as escritas, sempre foi muito ciumenta com suas anotações, seus irmãos gostavam muito de excogitar suas coisas e caçoavam muito de seu romantismo. Escrevia muito sobre o mar e seu irmão dizia ,que ela na outra encarnação tinha sido pescador da rede furada, ela enfurecia-se com esse comentário maldoso. Na verdade para mim hoje, tudo o que ela escrevia era tão bonito, não comprometia, era quase profundo um tanto ingênuo , mas profundo.

Li todos os seus poemas sempre fui sua melhor e fiel amiga, sempre estive muito ligada a ela.

Ela era uma mistura do bem e do mal, pois seu gênio era muito forte o que lhe afastava muito das outras pessoas, não gostava de conversa fiada, coisa normal para as moças de sua idade, era seria, apesar de alegre, era grosseira apesar de delicada, pois tudo que fugisse ao seu jeito de ver o mundo não era bom para ela. Ela era excessivamente madura, profunda nos seus pensamentos, leal, muito ajuizada a perfeição para os velhos e uma droga para os jovens. Os rapazes tentavam sempre se aproximar e ela os repelia como se nenhum fosse digno de sua atenção, inclusive certa vez na escola, um rapaz dito popular, o gostosão encheu-se de “boas intenções”, era galante o rapaz , mas burro de mais para ela, pois tentou uma abordagem totalmente infeliz.

Lembro muito bem daquele diálogo :

_ Tudo bem garota, papo firme, gata!

_ Posso chegar lá na baia, tua coroa, não vai chiar?

Ela estava na biblioteca da escola, ela levantou a cabeça, tirando os olhos do livro que estava lendo, olhou quase com desprezo para o pobre rapaz e respondeu:

_Por favor, seria possível a tradução do diálogo, pois é um idioma bem diferente do meu e mais a mais, não moro com sua mãe conseqüentemente não moro em uma baia, não sou uma gata, minha mãe pode ser a minha rainha, mas não tem cara de coroa então, não estamos entendidos SOOOME...

O coitado afinou, saiu de fininho que a porta foi curta pra ele passar.

Ela levantou tão chateada com aquela conversa que saiu rapidamente até esquecendo de entregar o livro que estava lendo .

Laura era muito bonita, chamava atenção, mas era quase impossível alguém se aproximar dela sem causar algum terremoto era extremamente desconfiada, se achava patinho feio, imagina com toda aquela cabeleira negra, com aquele corpinho de pequena sereia, com aqueles olhos sempre muito vivos, uma boca muito bem feita, o nariz sim esse não era muito bonito mas lhe dava um ar exótico . Era muito cortejada e sempre tinha um não diferente , muitos educados quase carinhosos, outros severos quase estúpidos. Laura foi um belo personagem que amou muito o mar, fez dele seu confidente, seu amigo mais intimo, seu quase amante, pois várias foram às vezes que a vi entrar nele com tamanha intimidade , que parecia que ele a abraçava de maneira diferenciada. Parecia que ela era parte dele...

Será que um reino pode sobreviver sem soberanos? Acredito que não , por isso creio que o mar elegeu Laura sua rainha, pois ele

"é seu rei pleno de poderes..."

Estou no fio da navalha dos desejos escusos,quando sonho com prazeres que nunca tive.

Estou na corda bamba do pecado, quando não tento nem se quer fugir de devaneios perigosos...

Estou na ponta da faca, quando nego ser mulher com medo de ser pecadora...

Estou entre a cruz e a espada, quando desejo os prazeres da carne e preocupo-me com a retidão do espírito...

Estou nas asas de um anjo, quando penso em ti como meu amor...

Estou nos braços da iniqüidade, quando te quero nos prazeres da carne...

Mas sou eu mesma quando vejo que:estou no fio da navalha, na corda bamba, na ponta da faca, entre a cruz e a espada, nas asas de um anjo e principalmente nos braços da iniqüidade...

Posso tudo, porque não exijo nada...

Quero tudo, porque não tive muito...

Desejo muito, porque enxergo a cor da volúpia..

A lassidão em que vivo está intrinsecamente ligada à força sobre- humana, que faço para viver... “ MARILDA AMARAL”