Sou eu que chego tão sem cerimônia
Desfazendo as malas da viajem tão longa,
Que fiz ao fundo do teu coração.
Quanta mágoa encontrei,
Esbarrei no alagado da indiferença
Quase me afoguei tentando a travessia.
Oh... Amor meu matei minha sede,
Na cacimba rasa do amor pouco.
Vi que sou apenas visitante indiscreta
De lugar tão lindo, tão cheio de poesia,
Local de posseira documentada, de alma pura,
Mas vi que também sou dona de poderoso dom,
O dom da sapiência que adquiri no longo dos meus dias.
Oh... Quão poderosa é minha vontade,
Que desfaz facilmente todo o peso da idade
E me torna a mulher farta de amores
De terras longe, bem longe das tuas.
[Marilda Amaral]
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